Reuters
Muito aplaudido e elogiado, filme de Alfonso Cuarón ganha força na corrida pelo OscarO Festival de Cinema de Veneza começou na quarta-feira de forma explosiva, com a estreia de "Gravidade", filme espacial em 3D em que George Clooney e Sandra Bullock vivem astronautas ameaçados pelo desastrado disparo de um míssil russo.
Vinte filmes, sendo cinco norte-americanos e três britânicos, disputam o Leão de Ouro na 70ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo. A entrega do prêmio será em 7 de setembro.
Na cerimônia de abertura, com astros e modelos desfilando no Palácio do Cinema, na ilha veneziana do Lido, o cineasta italiano Bernardo Bertolucci, presidente do júri neste ano, disse que "talvez o cinema não possa mudar o mundo, mas sabemos que o cinema pode criar um mundo".
Na entrevista coletiva após a sessão de "Gravidade", Bullock e Clooney disseram que o filme, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, foi um dos trabalhos mais exigentes que eles já fizeram - basicamente, um dueto artístico no confinado espaço de uma nave semidestruída pelo míssil.
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"Física e mentalmente, foi a coisa mais maluca, mais bizarra e mais desafiadora. Mas você descobre do que é feita", disse Bullock.
Nos letreiros de abertura, o filme explica que não há som no espaço sideral, mas a trilha musical pulsante e as sucessivas explosões em 3D a bordo do veículo espacial sugerem fortemente o contrário. Há mais suspense na hora e meia de filme do que os trailers na Internet faziam supor.
Clooney disse que as filmagens às vezes pareciam realmente perigosas - como nas cenas em que uma peça com cerca de duas toneladas atinge a nave a uma velocidade superior a 60 quilômetros por hora.
"Acho que o grande desafio, em vez de se sentir sozinho no espaço, era não reagir quando essa máquina vinha voando na sua direção e parava assim de perto", disse ele.
No filme, a personagem de Bullock tem de lidar também com a perda recente da filha, no que é uma jornada de renascimento espiritual. Para Cuarón, que é também roteirista do filme, vê-la flutuando no espaço é uma óbvia metáfora do seu deslocamento na Terra.
"Você tem uma personagem que está presa à sua própria inércia: por um lado, ela tem a vida, ela tem o planeta Terra, conexões humanas, e por outro lado ela está à deriva."
David Rooney, crítico da Hollywood Reporter, disse à Reuters sobre "Gravidade", que não está na competição oficial: "Você se senta lá assistindo, completamente imerso nessa atmosfera e intrigado sobre como eles conseguiram tudo isso".