Luísa Pécora
Terceiro episódio da franquia estrelada por Robert Downey Jr. o deixa sem armadura para focar em lado humanoMais Tony Stark e menos Homem de Ferro. Essa é a principal aposta do terceiro filme da franquia estrelada por Robert Downey Jr., que estreia nesta sexta-feira (26) com a missão de igualar o sucesso dos longas anteriores. Juntos, eles faturaram mais de US$ 1,2 bilhão (R$ 2,4 bilhões) pelo mundo, impulsionando e revigorando a carreira do ator.
Na prática, é como se "Homem de Ferro 3" fosse a quarta parte da história de Stark, já que o filme também é uma continuação de "Os Vingadores", reunião de heróis da Marvel que se transformou na maior bilheteria de 2012, com US$ 623,4 milhões (R$ 1,2 bilhão) arrecadados só nos Estados Unidos.
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Robert Downey Jr. e Don Cheadle em cena de 'Homem de Ferro 3'
Foto: Divulgação
Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Cena de 'Homem de Ferro 3'
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Robert Downey Jr em cena de "Homem de Ferro 3"
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Imagem do filme "Homem de Ferro 3"
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Gwyneth Paltrow e Robert Downey Jr em "Homem de Ferro 3"
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Ben Kingsley como o Mandarim, vilão de "Homem de Ferro 3"
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Imagem do filme "Homem de Ferro 3"
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Imagem do set de "Homem de Ferro 3"
Foto: Divulgação
É a batalha para salvar Nova York de uma ameaça alienígena contada em "Os Vingadores" que perturba Stark em "Homem de Ferro 3". Apesar da vitória, o bilionário se sente cada vez mais dependente de sua armadura, sofre ataques de ansiedade e não consegue dormir, numa crise de identidade que o transforma em um personagem mais maduro e simpático - ainda que irônico e arrogante como sempre.
Um dos sinais de que o herói cresceu é o relacionamento com Virginia "Pepper" Pots (Gwyneth Paltrow), a fiel assistente que virou chefe das Indústrias Stark. Após as sugestões de romance nos dois primeiros filmes, desta vez o relacionamento é sério: o casal vive junto em Malibu e Tony encara a segurança de Pepper como uma prioridade tão grande quanto salvar o mundo.
As ameaças são duas e combinam diferentes histórias dos quadrinhos, dando continuidade à liberdade que marca a adaptação de "Homem de Ferro" para o cinema.
De um lado está o maior inimigo do herói, Mandarin (o ótimo Ben Kingsley), líder de uma organização terrorista que realiza uma série de ataques brutais; e de outro está Aldrich Killian (Guy Pearce), cientista e fundador de uma organização privada que desenvolve o vírus Extremis, capaz de dar força e resistência incomuns aos humanos.
Gwyneth Paltrow ao iG: "Pepper está mais forte e poderosa em 'Homem de Ferro 3'"
Enquanto Stark faz sua própria caça aos inimigos, o governo americano responde colocando em ação o coronel James Rhodes (Don Cheadle) e sua Máquina de Combate, agora rebatizada de Patriota de Ferro. Durante grande parte do filme, porém, os dois permanecem fora das armaduras, tendo que contar com a própria inteligência e talento para combater o mal - lembrando mais o agente Jack Bauer da série "24 Horas" do que um indestrutível herói da Marvel.
Tirar Stark da armadura foi uma escolha do diretor Shane Black (assumindo o posto que até então havia sido de Jon Favreau) e do roteirista Drew Pearce para deixá-lo mais vulnerável e mortal, seguindo a tendência dos filmes inspirados em quadrinhos de focar no lado pessoal dos heróis. Foi o que o cineasta Christopher Nolan fez na elogiada retomada da franquia "Batman" e o que deve fazer como produtor de "Homem de Aço", o novo Superman.
Marcado por tom cômico, "Homem de Ferro 3" não é tão inteligente e sombrio como o Batman de Nolan, mas a retirada da armadura e a humanização de Tony Stark ajudaram a recuperar o fôlego que faltou no segundo filme.
Outra boa ideia foi fortalecer o papel de Pepper, que deixa de ser uma mera sombra de Stark para ganhar diálogos melhores, participar das cenas de ação e até vestir a armadura do Homem de Ferro. Não por acaso, a própria Gwyneth Paltrow afirmou, em entrevista ao iG, que o terceiro longa foi o mais recompensador.
As sequências de ação, os duros combates e os efeitos visuais elaborados continuam presentes para agradar aos fãs do gênero. Em uma das cenas mais visualmente marcantes, o Homem de Ferro precisa salvar, no ar, passageiros de um aeronave após forte explosão.
É uma das várias referências ao terrorismo feitas pelo filme, que mostra ataques em locais públicos e execuções em vídeo, além de ter no personagem de Ben Kingsley um vilão caracterizado como uma espécie de Osama bin Laden. O tema é especialmente sensível nos Estados Unidos após o ataque durante a maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 200 feridos na semana passada.
É pouco provável, porém, que a tragédia atrapalhe o sucesso do filme - afinal, no ano passado, "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge" fez quase US$ 450 milhões (R$ 904 milhões) nos EUA mesmo com o ataque que deixou 12 mortos em um cinema do Colorado durante a estreia.
Os resultados nas bilheterias devem ajudar a definir a realização ou não de um quarto longa, em meio aos rumores de que Downey Jr. não tem a intenção de repetir o papel e de que a renovação do contrato do ator custaria muito dinheiro à Marvel.
É verdade que "Homem de Ferro 3" termina de forma conclusiva, mas também deixa portas abertas para novos episódios. Numa Hollywood marcada pelo imenso lucro de remakes e sequências, é difícil acreditar que não veremos Tony Stark outra vez.